Grupo de ceramistas apresenta criações no Jardim do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul

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2010 Bienal B: "Bando de Barro no Arquivo":
Trabalho coletivo do grupo de ceramistas que será apresentado no Jardim do APERS durante a Bienal B.

Abertura: 21 de outubro de 2010 às 19:30



2009 "Guardar - Bando de Barro no Arquivo": Mostra de cerca de 50 artistas ceramistas do grupo Bando de Barro exibida em outubro de 2009, nos jardins do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul. Obras de arte que mostram criações feitas a partir do barro e que comprovam a contemporaneidade da criação em cerâmica. teve como tema norteador as palavras chave: guardar, guardião e os possíveis desdobramentos que delas pudessem surgir, remetendo à função própria do local da exposição, o Arquivo Público. Na noite de abertura, além da exposição das obras, Lara Soza realizou uma performance , acompanhada pelo músico Nanã Paru. Os músicos Gilson Geiger (Teclado), Fernando Fleck (Violão) e Rosana Marques (Voz e violão) também fizeram uma apresentação.


"Guardar - Bando de Barro no Arquivo"
Exposição aberta em 22 de outubro de 2009 às 19:30
Visitação: de 23 de outubro à 30 de novembro de 2009
Local: Rua Riachuelo, 1031, Porto Alegre/RS


24 maio, 2009

Oficina de Apitos e Ocarinas


Preparem-se!!!! Em junho ocorrerá a
"GRANDE OFICINA DE APITOS E OCARINAS"
no Haras Cambará da bandoleira Maria Ester! Mais uma vez ela e o Ricardo abrirão as portas do haras para receber o Bando!
O Haras fica na Estrada da Extrema, 500, Bairro do Lami em Porto Alegre. É um lugar lindo e charmoso, onde parte das cocheiras foi transformada em quartos. A oficina será no galpão, e teremos um almoço delicioso! (A comida lá é sempre muito boa!)
Temos certeza que será muito divertido!
Em breve divulgaremos o dia!

08 maio, 2009

Guardar segundo o Dicionário

Guardar. (Do germânico wardôn, “buscar com a vista”). 1. Vigiar com o fim de defender, proteger ou preservar. 2. Por em lugar conveniente, acondicionar, conservar. 3. Tomar conta de: zelar por: vigiar.

07 maio, 2009

"Os bonecos de barro"

Esse texto foi garimpado pelo Marco Fronckowiak.
Impossível não postá-lo aqui.
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Os bonecos de barro

O que ela amava acima de tudo era fazer bonecos de barro — o que ninguém lhe ensinara. — Trabalhava numa pequena calçada de cimento em sombra, junto à última janela do porão. Quando queria com muita força ia pela estrada até ao rio. Numa de suas margens, escalável embora escorregadia, achava-se o melhor barro que alguém poderia desejar: branco, maleável, pastoso: frio. Só em pegá-lo, em sentir sua frescura delicada, alegrezinha e cega, aqueles pedaços timidamente vivos, o coração da pessoa se enternecia úmido quase ridículo. Virgínia cavava com os dedos aquela terra pálida e lavada — na lata presa à cintura iam se reunindo os trechos amorfos. O rio em pequenos gestos molhava-lhe os pés descalços e ela mexia os dedos úmidos com excitação e clareza. As mãos livres, ela então cuidadosamente galgava a margem até a extensão plana . No pequeno pátio de cimento depunha a sua riqueza. Misturava o barro à água, as pálpebras frementes de atenção — concentrada, o corpo à escuta, ela podia obter uma porção exata de barro e de água numa sabedoria que nascia naquele mesmo instante, fresca e progressivamente criada. Conseguia uma matéria clara. e tenra de onde se poderia modelar um mundo.

Como, como explicar o milagre… Ela se amedrontava pensativa. Nada dizia, não se movia, mas interiormente sem nenhuma palavra repetia: Eu não sou nada, não tenho orgulho, tudo me pode acontecer; se quiser, me impedirá de fazer a massa de barro; se quiser, pode me pisar, me estragar tudo; eu sei que não sou nada. Era menos que uma visão, era uma sensação no corpo, um pensamento assustado sobre o que lhe permita conseguir tanto barro e água e diante de quem ela devia humilhar-se com seriedade . Ela lhe agradecia com uma alegria difícil, frágil e tensa; sentia em alguma coisa como o que não se vê de olhos fechados. Mas o que não se vê de olhos fechados tem uma existência e uma força, como o escuro, como a ausência — compreendia-se ela, assentindo feroz e muda com a cabeça. Mas nada sabia de si, passaria inocente e distraída pela sua realidade sem reconhecê-la; como uma criança, como uma pessoa.

Depois de obtida a matéria, numa queda de cansaço ela poderia perder a vontade de fazer bonecos. Então ia vivendo para a frente como uma menina.

Um dia, porém, sentia seu corpo aberto e fino, e no fundo uma serenidade que não se podia conter, ora se desconhecendo, ora respirando trêmula de alegria, as coisas incompletas. Ela mesma insone como luz — esgazeada, fugaz, vazia, mas no íntimo um ardor que era vontade de guiar-se a uma só coisa, um interesse que fazia o coração acelerar-se sem ritmo… de súbito, como era vago viver. Tudo isso também poderia passar, a noite caindo repentinamente, a escuridão fresca sobre o dia morno.

Mas às vezes ela se lembrava do barro molhado, corria alegre e assustada para o pátio: mergulhava os dedos naquela mistura fria, muda e constante como uma espera; amassava, amassava, aos poucas ia extraindo formas. Fazia crianças, cavalos, uma mãe com um filho, uma mãe sozinha, uma menina fazendo coisas de barro, um menino descansando, uma menina contente, uma menina vendo se ia chover, uma flor, um cometa de cauda salpicada de areia lavada e faiscante, uma flor murcha com sol por cima, o cemitério do Brejo Alto, uma moça olhando… Muito mais, muito mais. Pequenas formas que nada significavam, mas que eram na realidade misteriosas e calmas. Às vezes alta como uma árvore alta, mas não eram árvores, m:to eram nada…Ás vezes um pequeno objeto de forma quase estrelada, mas sério e cansado como uma pessoa. Um trabalho que jamais acabaria, isso era o que de mais bonito e atento ela já soubera. Pois se ela podia fazer o que existia e o que não existia!…

Depois de prontos, os bonecos eram colocados ao sol. Ninguém lhe ensinara, mas ela os depositava nas manchas de sol no chão, manchas sem vento nem ardor. O barro secava mansamente, conservava o tom claro, não enrugava, não rachava. mesmo quando seco parecia delicado, evanescente e úmido. E ela própria podia confundi-lo com o barro pastoso. As figurinhas assim, pareciam rápidas, quase como se fossem se desmanchar — e isso era como se elas fossem se movimentar. Olhava para o boneco imóvel e mudo. Por amor ou apenas prosseguindo o trabalho ela fechava os olhos e se concentrava numa força viva e luminosa, da qualidade do perigo e da esperança, numa força de sede que lhe percorria o corpo celeremente com um impulso que se destinava à figura. Quando, enfim, se abandonava, seu fresco e cansado bem-estar vinha de que ela podia enviar, embora não soubesse o que, talvez. Sim ela às vezes possuía um gosto dentro do corpo, um gosto alto e angustiante que tremia entre a força e o cansaço — era um pensamento como sons ouvidos, uma flor no coração: Antes que ele se dissolvesse, maciamente rápido, no seu ar interior, para sempre fugitivo, ela tocava com os dedos num objeto, entregando-o. E, quando queria dizer algo que vinha fino, obscuro e liso — e isso poderia ser perigoso — ela encostava um dedo apenas, um dedo pálido, polido e transparente, um dedo trêmulo de direção. No mais agudo e doído do seu sentimento ela pensava: Sou feliz. Na verdade, ela o era nesse instante, e se em vez de pensar: Sou feliz, procurava o futuro, era porque, obscuramente, escolhia um movimento para a frente que servisse de forma à sua sensação.

Assim juntara uma procissão de coisas miúdas. Quedavam-se quase despercebidas no seu quarto. Eram bonecos magrinhos e altos como ela mesma. Minuciosos, ligeiramente desproporcionados, alegres, um pouco perplexos — às vezes, subitamente, pareciam um homem coxo rindo. Mesmo suas figurinhas mais suaves tinham uma imobilidade atenta como a de um santo. E pareciam inclinar-se, para quem as olhava, também como os santos. Virgínia podia fitá-las uma manhã inteira, que seu amor e sua surpresa não diminuiriam.

— Bonito… bonito como uma coisinha molhada, dizia ela excedendo-se num ímpeto imperceptível e doce.

Ela observava: mesmo bem acabados, eles eram toscos como se pudessem ainda ser trabalhados. Mas vagamente, ela pensava que nem ela nem ninguém poderia tentar aperfeiçoá-los sem destruir sua linha de nascimento. Era como se eles só pudessem se aperfeiçoar por si mesmos, se isso fosse possível.

As dificuldades surgiam como uma vida que vai crescendo. Seus bonecos, pelo efeito do barro claro, eram pálidos. Se ela queria sombreá-los não o conseguia com o auxílio da cor, e por força dessa deficiência aprendeu a lhes dar sombra ainda por meio de forma. Depois inventou uma liberdade: com uma folhinha seca sob um fino traço de barro conseguia um vago colorido, triste assustada quase inteiramente morto. Misturando barro à terra, obtinha ainda outro material menos plástico, porém mais severo e solene. MAS COMO FAZER O CÉU? Nem começar podia! Não queria nuvens — o que poderia obter, pelo menos grosseiramente — mas o céu, o céu mesmo, com sua existência, cor solta, ausência de cor. Ela descobriu que precisava usar uma matéria mais leve que não pudesse sequer ser apalpada, sentida, talvez apenas vista, quem sabe! Compreendeu que isso ela conseguiria com tintas.

E às vezes numa queda, como se tudo se purificasse, ela se contentava em fazer uma superfície lisa, serena, unida, numa simplicidade fina e tranqüila.

Clarice Lispector

do livro O Lustre.

06 maio, 2009

Exposição no Arquivo: "História do Trabalho da Mulher"

A Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos, por meio do Arquivo Público do Estado, como parte do seu projeto cultural “Descobrindo o APERS”, recebe a exposição História do Trabalho da Mulher, organizada pelo Memorial da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.


O tema, alusivo às manifestações pela passagem do Dia do Trabalho, faz um recorte da longa trajetória feminina, desde quando “Da casa à rua”, fizeram de suas atividades domésticas suas fontes de renda; passando pelo setor de serviços dito “Colarinho Branco”; entrando no “Mundo do Trabalho” do sistema fabril; até a “Conquista do Mundo”, quando conseguem ascensão na arte, na cultura e na filosofia.


O público poderá fazer a visitação durante o mês de maio, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas, sem intervalos, na Sala Joél Abílio Pinto dos Santos, Rua Riachuelo, nº 1031, Centro.
A entrada é franca.

02 maio, 2009

Borges de Medeiros, criador do Arquivo Público

Borges de Medeiros


Aqui está o Testamento de Antônio Augusto Borges de Medeiros, que governou o Estado do Rio Grande do Sul por diversos períodos e em 1906, determinou a criação do Arquivo Público do Estado, através do decreto 876.






Sugestão de resumo bibliográfico em:
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_historia/htm/biografias/ev_bio_borgesdemedeiros.htm




Inventário de Rafael Pinto Bandeira (1740 - 1795)


O Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira nasceu na Vila de Rio Grande, em 16 de dezembro de 1740. Era filho do lagunista e Coronel de Dragões Francisco Pinto Bandeira. Seu pai fora o segundo estancieiro a fixar-se no Rio Grande do Sul, por volta de 1733, na região do atual município de Sapucaia do Sul. Com a invasão de parte do território do Rio Grande do Sul, em 1763, pelos espanhóis. Rafael Pinto Bandeira foi um dos líderes das guerrilhas ordenadas por Portugal contra a Espanha. Liderou os ataques vitóriosos ao Forte de Santa Bárbara e Tabatingaí (1774); aos fortes São Martinho (31 de outubro de 1775) e Santa Tecla (26 de março de 1776). Pinto Bandeira falava Tupi-guarani, e tornou-se um personagem famoso em Portugal, na Espanha, no Brasil e no Prata. Viveu com Bárbara Vitória, filha do cacique Miguel de Caraí.Ao final da Guerra de Restauração do Rio Grande, foi mostrado como um herói pelo Vice-Rei, Marquês do Lavradio. Respondeu a processo sob acusação de apropriar-se de presas de guerra (gado), sendo inocentado. Retornou ao Rio Grande como comandante da Fronteira do Rio Grande, com sede em sua propriedade do Pavão, em Pelotas. De 25 de janeiro de 1784 até maio de 1787, foi governador do Rio Grande do Sul em carácter interino. Faleceu em 9 de abril de 1795. Seus restos mortais encontram-se na bicentenária Igreja de Rio Grande.


Texto extraído de:

Escrituras de Escravos

Um registro de fatos vergonhosos de nossa sociedade:
a escravidão.






Mais Documentos do Século XIX







Aproxima-se a Mostra de Pesquisa no Arquivo

Em abril, começam os preparativos para a Mostra de Pesquisa.
Confira o cronograma abaixo.

CRONOGRAMA GERAL DA VII MOSTRA DE PESQUISA DO APERS E DA MOSTRA DE INICIAÇÃO À PESQUISA PARA ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO.

– De 15 até 30 de abril de 2009: serão recebidos os Artigos e Resumos dos Pôsteres da VII Mostra de Pesquisa do APERS.

– Até 29 de maio de 2009: serão recebidos os Textos Argumentativos da Mostra de Iniciação à Pesquisa para Estudantes do Ensino Médio.

– Até 05 de junho de 2009: serão divulgados, no site do APERS, os Artigos, Resumos dos Pôsteres e Textos Argumentativos selecionados.

– Até 15 de junho de 2009: divulgação do cronograma das apresentações dos autores dos Artigos, dos Pôsteres e dos Textos Argumentativos.

– Em junho de 2009: serão encaminhados os Artigos, Resumos dos Pôsteres e Textos Argumentativos para a gráfica.

– Até 31 de julho de 2009: serão recebidos os pilotos de testagem das apresentações dos Artigos e Textos Argumentativos e os pôsteres para a montagem da exposição.

– 01, 08, 15 e 22 de agosto de 2009: data das apresentações dos autores dos Artigos e dos Pôsteres da VII Mostra de Pesquisa do APERS e dos Textos Argumentativos da Mostra de Iniciação à Pesquisa para Estudantes do Ensino Médio.

– 29 de agosto de 2009: lançamento da publicação da VII Mostra de Pesquisa do APERS, na qual constarão os Artigos, os Resumos dos Pôsteres e os Textos Argumentativos; e encerramento da exposição dos Pôsteres.